Posição da ANTEPH em relação socorro às vítimas dos grandes incêndios
No seguimento da catástrofe ocorrida no nosso país em resultado dos incêndios florestais, vem a ANTEPH, apos um período de reflexão que a gravidade do ocorrido justificava, tomar a seguinte posição:
1. Verificou-se que o país não esta preparado para socorrer um numero elevado de feridos, seja em resultado das catástrofes ou acidentes graves, como demonstrado nestes grandes incêndios com mais de 200 feridos em que em muitos casos esperaram por socorro horas, o que não é aceitável, no nosso entender e que é demonstrativo da incapacidade de resposta dos organismos responsáveis ANPC e INEM;
2. Verificamos que o comando das operações esteve totalmente focalizado na gestão do combate aos incêndios, descorando a assistência e o socorro aos feridos, que foi morosa e desorganizada, o que demonstra a necessidade urgente de se rever os conteúdos programáticos dos elementos que tenham funções de coordenação e comando na resposta a estas catástrofes;
3. Verificou-se que a limitação das competências dos técnicos de emergência/tripulantes de ambulância, originou que o socorro prestado não fosse o adequado, levando a duração do sofrimento das vitimas que em alguns casos aguardaram horas à espera de cuidados médicos;
4. Verifica-se que a resposta a normalização é pouca e desorganizada, como podemos verificar no caso de Pedrogão em que os familiares da vitimas, passados 4 meses ainda esperam por apoio psicológico, por incapacidade da Administração Regional de Saúde em disponibilizar este cuidado de saúde;
5. A ANTEPH estranha a omissão destes fatos no relatório da Comissão Técnica, que lamentavelmente esta a focalizar as respostas politicas unicamente na problemática dos incêndios florestais, quando existe uma necessidade emergente de reorganizar o sistema de socorro em Portugal incluindo a emergência pré-hospitalar, que como se pode verificar falhou gravemente no socorro às vítimas destes incêndios, como falha no dia a dia.
A Direção