Exmos. Srs. Deputados

Mais uma vez assistimos a um conjunto de situações que envolvem a emergência pré-hospitalar sem que exista qualquer medida que venha a por cobro atual situação a que o Instituto Nacional de Emergência Médica vive.

Já antes da situação de pandemia que vivemos não existiam condições para que a higienização das ambulâncias fosse realizada, bem como não existem rotinas obrigatórias para que essa descontaminação ocorresse, ficando esta ao critério da tripulação, o que na prática não ocorria, além da limpeza do chão e substituição da cobertura da maca, o que colocava e coloca de forma grave as condições de segurança em relação ao risco contaminação do doente agora agravado pela pandemia.

Esta situação, agravada, na atual situação foi minimizada pelas equipas da GNR que procediam a esta descontaminação, no entanto localizadas nos grandes centros urbanos, não respondendo a totalidade do território, em que, em alguns casos, houve ambulâncias a deslocarem-se zonas distantes destes centros como por exemplo de Setúbal a Queluz, dando origem a tempos de inoperacionalidade dos meios superiores a 4 horas, dando origem a atrasos graves na resposta aos pedidos de socorro.

Além desta situação, a desorganização do sistema é grave como se tem verificado já a algum tempo, antes até da pandemia, em que a falta de capacidade do INEM em responder aos pedidos de socorro, fato por este ter chamado a si a exclusividade da gestão deste tipo de resposta,  leva a que este esteja a ativar meios de outras regiões, como assistimos ontem dia 3 de Junho, em que para duas ocorrências no centro de Lisboa foram deslocados meios dos bombeiros de Alcabideche, a 30Km de distancia para duas ocorrências, com atrasos significativos, > a 30 minutos, na resposta a estes pedidos, situação que não se compreende atendendo que além dos meios do INEM, existem na cidade de Lisboa um conjunto de corpos de Bombeiros e unidades da CVP que podem ser ativadas.

Exmos. Sr.s Deputado conforme já alertamos em comunicado anterior a situação do INEM é insustentável, sendo urgente por cobro a estas e inúmeras situações que colocam em causa o socorro a população, na generalidade do território nacional.