ANTEPH 20 Anos
A Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar celebra hoje, dia 15 de abril, os seus 20 anos de existência.
Há 20 anos, um conjunto de amigos dedicados ao socorro pré-hospitalar decidiu dar seguimento a um projeto de criação de uma entidade representativa dos técnicos de emergência pré-hospitalar, face aos indicadores de que haveria movimentos para cada vez mais estes profissionais, que não têm uma profissão reconhecida, fossem desvalorizados e a sua formação remetida para segundo plano, o que infelizmente tem vindo a acontecer.
Assinalamos ainda os 9 anos do Decreto-lei 19/2016 que criou a Carreira especial TEPH - Técnico de Emergência Pré-Hospitalar do INEM.
Ao fim de mais de 20 anos sem o reconhecimento profissional para todos os que trabalham na Emergência pré-hospitalar e depois de uma luta durante anos em que a ANTEPH participou ativamente, era finalmente publicado um decreto-lei que criava os Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar ainda que esta lei só servisse os profissionais do INEM, contribuindo ainda mais para um agravamento das assimetrias regionais no socorro em Portugal.
As competências aprovadas neste decreto-lei, permitem prestar cuidados que hoje só estão disponíveis em Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação - VMER e ambulâncias de Suporte Imediato de Vida - SIV.
Mesmo com todas as polémicas sobre o socorro em Portugal, mesmo com todas as propostas enviadas às diversas tutelas e Presidentes do INEM, a criação da profissão continua sem acontecer.
Já solicitámos diversas audiências ao Ministério da Saúde e ao INEM bem como já denunciamos essas situações há tempo demais!!
Passados mais de 9 anos, daquele que seria o modelo de referência para os profissionais da Emergência pré-hospitalar em Portugal, constatamos que a lei não é cumprida, o socorro é assimétrico e o atual modelo de formação não serve os interesses do país e anda ao sabor de interesses pouco claros.
Ao longo destas duas décadas, enfrentamos inúmeros desafios e trabalhamos arduamente para alcançar nossos objetivos.
Infelizmente, apesar de todos os esforços e propostas apresentadas, ainda não conseguimos criar a profissão de Técnico de Emergência Médica, um sonho que continua a ser perseguido.
Podem surgir mais Associações e Sociedades, mas a verdade é que, no que importa, não se legisla uma profissão e um modelo de formação transversal a todos os intervenientes na Emergência Médica Pré-Hospitalar.
As últimas alterações apenas afetam o INEM e a sua carreira especial e mesmo assim não é clara a forma como a formação é ministrada e supervisionada.
Apesar de todas as dificuldades e polémicas enfrentadas, a Associação continua firme na sua missão de criar a profissão de Técnico de Emergência Médica. Acreditamos que, com persistência e dedicação, conseguiremos alcançar este objetivo e proporcionar um serviço de emergência pré-hospitalar de excelência para todos os cidadãos portugueses.
Esperamos que nos próximos 20 anos (era bom não fosse necessário tanto tempo) se consiga finalmente ter uma profissão reconhecida, que permita acesso a formação assente em planos curriculares que permitam o respetivo aumento de competências, a semelhança de todas outras tantas classes profissionais, que permita realmente a que os doentes , sinistrados e grávidas tenham um socorro padronizado e ao nível de qualquer país civilizado.
Parabéns a ANTEPH, pelo 20 anos da sua existência, e que continue a fazer o seu trabalho, que ao contrário de outros que usam o mediatismo e a confrontação para existirem, nós devagarinho, pela política da negociação e silenciosos lá vamos dando voz aos milhares de técnicos que, estes sim, com o seu esforço, garantem o socorro dos nossos doentes e sinistrados, mas que infelizmente são esquecidos pela classe política e subjugados aos interesses de um sistema dependente de interesses pessoais e corporativos.
Queremos para TODOS a Profissão de Técnico de Emergência Médica, para que se regularize a situação dos milhares de profissionais do INEM, dos Bombeiros, Cruz Vermelha Portuguesa e do Setor privado que são afetados por este incumprimento da lei.
P´la Direcção
Luis Canaria
Presidente